A diferença entre crítico literário e resenhista

Esta semana zapeando pelo youtube “descobri” o canal Cult Revista, um espaço dedicado a cultura em geral. E parte da playlist é sobre a relação entre a crítica literária e os novos escritores no II Congresso de Jornalismo Cultural.

Para quem não sabe, sou jornalista e amo cultura em geral, cinema e tv. E agora faço parte do mundo literário com a publicação da minha saga Estrada para Yellow Rose.

Há anos faço críticas na área de cinema e é interessante estar do outro lado do muro, lendo críticas sobre meu livro.

Agora, você sabia que existe uma grande diferença entre crítico literário e os resenhistas? Isso foi muito bem explicado em vários momentos nos vídeos do Congresso.

Primeiro vou explicar o que é uma resenha e o principal objetivo dela.

Segundo o site Toda Matéria, resenha é um gênero textual que consiste na descrição de um texto ou de um filme, no qual quem escreve pode expressar a sua opinião.

As resenhas são lidas pelas pessoas que pretendem saber algo acerca de um conteúdo (do que se trata ou se é bem avaliado pela crítica, por exemplo). Por isso, elas podem influenciar a escolha do leitor, que tem dúvida sobre ler um livro ou outro, e do espectador, que ainda não decidiu se quer ou não assistir determinado filme.

Tentarei brevemente colocar aqui parte da pesquisa que fiz sobre o assunto, começando pelo crítico literário.

Segundo o site Queconceito: “Vale destacar que o profissional que se dedica à realização e análise das obras literárias é conhecido popularmente como crítico literário. Neste caso, a pessoa que se dedica profissionalmente nessa área é graduada em filosofia ou letras, por outro lado, também há pessoas com amplo conhecimento literário e que se dedicam às críticas.”

No site infoescola fica claro quais são os critérios para uma boa análise: “o que interessa ao crítico é a metalinguagem, ou seja, entender o processo de escritura dos autores. A outra corrente se debruça sobre a materialidade da obra e isso significa uma análise que averígua os pormenores da linguagem, das palavras usadas e da estruturação como um todo. Para analisar o caráter histórico, existe uma corrente específica que considera que o contexto é primordial no processo de interpretação e análise.”

Ou

Objetividade;

Imparcialidade;

Impessoalidade;

Cientificidade.

Duanne Ribeiro em seu site explicou: “Acho necessário fazer uma diferenciação entre a crítica e a resenha, porque me parece que há uma certa confusão em relação as duas atividades. A diferença entre elas, a meu ver, está na profundidade e na intenção. Enquanto o resenhista pode ficar restrito a apenas analisar uma determinada obra e recomendá-la ou não ao seu leitor, o crítico vai muito mais além. O crítico analisa não apenas uma obra, mas tudo o que a cerca: seu contexto histórico, sua linguagem, suas influências, o lugar que essa obra ocupa dentro da trajetória de seu autor… Tenho um profundo respeito pela crítica, e a considero uma das atividades mais nobres. Ela não pode ser confundida com o resenhismo, ou mesmo com o ensaísmo literário — digo isso sem a menor intenção de menosprezar essas vertentes, é bom deixar claro.” – Para ler a opinião dela sobre o assunto clique aqui.

E é uma profissão para poucos, o site da Saraiva listou os 10 maiores críticos literários do Brasil.

Agora vamos aos resenhistas

Por incrível que pareça essa explicação sobre, foi a mais variada possível.

Falando de uma maneira bem simples, o resenhista é aquela pessoa que ama ler e que indica um livro nos meios de comunicação, expressando o que achou de uma maneira mais emocional do que acadêmica, ao contrário do crítico literário.

Não é necessário formação em letras ou literatura para dar a sua opinião sobre a obra. Basta os seguidores ou fãs se sentirem atraídos pelo gosto similar e pronto, como um colega de escola ou trabalho que indica algo que gostou.

A diferença, é que hoje as pessoas vão as redes sociais e blogs e expressam sua opinião para o mundo.

Então, o que não falta, são elogios aos protagonistas, ou o que ou não eles fizeram, se as cenas hot são quentes o suficiente ou até mesmo se o livro é um blockbuster ou não, podendo variar, tendo em vista as características do público a quem ela é direcionada.

Dessa forma, a análise feita guiará e convidará o leitor a querer saber mais sobre a produção ou não.

Porém existe também a resenha crítica, que digamos é uma fusão dos dois meios.

Segundo Lakatos e Marconi, (1996, p. 90) a: “Resenha crítica é uma descrição minuciosa que compreende certo número de fatos: é a apresentação do conteúdo de uma obra. Consiste na leitura, resumo, na crítica e na formulação de um conceito de valor do livro feitos pelo resenhista. A resenha crítica, em geral, é elaborada por um cientista que, além do conhecimento sobre o assunto, tem capacidade de juízo crítico. Também pode ser realizada por estudantes; nesse caso, como um exercício de compreensão e crítica. A finalidade de uma resenha é informar o leitor, de maneira objetiva e cortês, sobre o assunto tratado no livro ou artigo, evidenciando a contribuição do autor: novas abordagens, novos conhecimentos, novas teorias. A resenha visa, portanto, a apresentar uma síntese das ideias fundamentais da obra.

E para finalizar, durante o II Congresso de Jornalismo Cultural Jerônimo Teixeira disse o seguinte: “Uma crítica pode ser dura e agressiva. Deve se colocar a carta na mesa. Isso contribui para manter um debate vivo. … O leitor não lê uma crítica pensando se vai ou não gostar disso. O leitor está ali para ter uma baliza, para ter uma orientação. … Ele gosta de ler o crítico para discordar. … As vezes eu leio uma crítica negativa e penso, esse livro eu vou gostar, ou uma resenha positiva e eu vou dizer, esse livro é uma porcaria eu não vou ler. … O crítico leu e meu deu esse norte.” Assista o vídeo dele na íntegra aqui.

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