Dia 26 de Maio, dia de Drácula

Dia 26 de maio de 1897 foi o dia em que foi publicada a primeira edição de Drácula por Bram Stoker. Desde então se tornou a história de terror mais famosa do mundo, uma das mais adaptadas para o cinema, inspiração para milhares de outras e por isso esse passou a ser o Dia Mundial do Drácula. (O dia do Vampiro é 13 de Agosto (ver nota abaixo), mas cá entre “nóis”. Quase igualzinho. Então vamos comemorar os dois, why not?)
Muitos acreditam que Stoker se inspirou no sanguinário Príncipe Vlad Tepes III da Romênia para criar seu personagem. O próprio nome Drácula é inspirado pela Ordem do Dragão a qual pertenceu o pai de Vlad Tepes. Apesar da lenda do vampiro ser milenar, de datar, inclusive, da Grécia Antiga, historiadores especializados em estudar esse mito conjecturam que o autor pode ter se inspirado em diversas fontes para escrever sua história.


Porém, O vampiro é uma figura mítica que existe há muito tempo no imaginário popular, mas a primeira vez em que foi tema de criação literária foi em 1748, no poema Crê a moça minha amada (O vampiro), do alemão Heinrich August Ossenfelder. Ossenfelder não é muito conhecido nos dias de hoje e, infelizmente, muito do que ele escreveu se perdeu no tempo. Do que restou, este poema é o mais conhecido:

“Crê a moça minha amada,
Firme, austera e fielmente,
Nas lições ofertadas
Da mãe sempre devota;
Como a gente do Tisza
Crê em letais vampiros
Fielmente, feito heiduques.
Cristininha, ora, espera,
Pois me amar tu não queres;
De ti quero eu vingar-me;
E de um Tokayer, hoje,
Beber a um vampiro.
E, ao dormires suave,
Te sorver à formosa
Face a púrpura fresca.
Tu te assombrarás logo,
Quando for eu beijar-te,
Qual vampiro a beijar-te,
Então, quando tremeres
E mortiça em meus braços
Decaíres qual defunta,
Quererei perguntar-te:
Mi’as lições são melhores
Que as da boa mãe tua?”

(Tradução de Erick Ramalho, trecho do livro Caninos: Antologia do Vampiro Literário)
https://www.amazon.com.br/Caninos-Antologia-do-Vampiro-Liter%C3%A1rio/dp/8577230287

A partir de então, várias histórias envolviam um personagem voltando do túmulo para visitar viúvas ou amantes e levá-las para o outro lado.
Em sua obra vampiresca A Noiva de Corinto (1797), Goethe inverte a lógica, colocando uma vampira em busca de seu ainda vivo noivo. A história amplia a temática para o conflito entre paganismo e cristianismo.

No século 19, quem trouxe de volta os vampiros à tona foi Lorde Byron por meio de um poema e de histórias nunca finalizadas. Alguns fragmentos foram escritos durante uma temporada na companhia de Mary Shelley — que na mesma época começou a escrever Frankenstein —, Percy Shelley e de John William Polidori, que era médico de Byron.

Foto: John William Polidori, Lord Byron, Mary Shelley e Percy Shelley

Eles travaram uma competição de histórias de terror que deu as bases para o conto O vampiro, de Polidori. A história foi adaptada para uma peça e posteriormente para uma ópera, levando os vampiros a outros patamares artísticos.

Ainda durante o século 19, com a expansão dos vampiros a outros países, como Alemanha, França e Inglaterra, estas criaturas figuraram em muitos penny dreadfuls e se aproveitaram o tom obscuro da Era Vitoriana. Somente no final daquele século, a literatura vampiresca produziria a obra que ditaria os rumos desta mitologia que persiste até hoje: Drácula, de Bram Stoker.

A influência de Drácula na mitologia vampiresca do século 20
Em uma sociedade tomada por doenças contagiosas como sífilis e tuberculose, Stoker se apossou desse medo para tornar o vampirismo algo transmissível. O Conde Drácula não apenas bebia o sangue de suas vítimas, mas era capaz de contaminá-las e torná-las criaturas como ele.

Baseado vagamente na figura de Vlad III Drácula, um imperador romeno do século 15, Bram Stoker estudou a mitologia daquela região a fundo para compor seu personagem. Ele também se inspirou em mitos irlandeses de criaturas sugadoras de sangue.

Além do próprio Drácula, o escritor criou personagens que passaram a compor a mitologia vampiresca desde então. É o caso do caçador de vampiros Van Helsing, da vampira Lucy Westenra e das Noivas de Drácula.

Mas este sucesso não foi instantâneo. O Conde Drácula só passou a fazer parte do imaginário (e dos pesadelos) das pessoas quando o personagem foi retratado no cinema, na primeira metade do século 20, com o longa adaptado da peça de teatro da Broadway.

A partir de então, o vampiro entrou com tudo na cultura pop de cada época: passando pelo ar gótico de Nosferatu, criando um híbrido com zumbis em Eu sou a Lenda e até entrando para a comédia como em O que fazemos nas sombras. A escritora Anne Rice mergulhou nesta mitologia e se tornou um dos principais nomes da literatura vampiresca contemporânea através dos livros Entrevista com o Vampiro, O Vampiro Lestat e A Rainha dos Condenados.

Nosferatu

Com adaptações que se encaixam em todos os gêneros e públicos, os vampiros se mantêm relevantes no imaginário popular. Eles podem nem sempre dormir em caixões ou morar em assombrosos castelos, mas a sua sede de sangue é permanentemente alimentada pelos fãs, que certamente não deixarão estes mortos-vivos desaparecerem tão cedo.

Texto reprodução parcial: https://darkside.blog.br/

Na literatura Brasileira

Adriano Siqueira.
Um dos maiores escritores e especialista no gênero

Antes da publicação de seu livro Adorável Noite ainda no ano de 1996 ele escrevia contos de terror e vampiros e por este motivo percebeu que muitas pessoas apreciavam este universo. No ano 2000, o autor criou um site exclusivo sobre vampiros, para poder divulgar não só seus contos, mas também, as obras dos escritores nacionais.

Paralelamente a criação do site, Siqueira idealizou o grupo de novos escritores “Tinta Rubra”, primeiro grupo de escritores de vampiros da internet.

Para saber mais sobre o autor, visite

Giulia Moon.
Mulheres na parada

É conhecida como autora da série de aventuras da vampira japonesa Kaori, que já tem três volumes publicados: Kaori: Perfume de Vampira (Giz Editorial, 2009), Kaori 2: Coração de Vampira (Giz Editorial, 2011) e Kaori e o Samurai Sem Braço (Giz Editorial, 2012).Tem em seu currículo várias coletâneas de contos, entre elas, a recente As Vampiras – Flores Mortais (Giz Editorial, 2014).

Surya.
Vamos misturar um pouco esse balaio

Embora a jornalista e crítica de cinema Surya afirme que Estrada para Yellow Rose – Liana, não é um livro somente sobre vampiros, ela acredita que o seu personagem Lion Carmine é a cereja no bolo desse livro de ficção especulativa, – que são livros onde o fantástico mitológico e a fantasia se misturam em uma realidade no cotidiano.

“Liana é um livro de ficção urbana com vários seres sobrenaturais, não somente vampiros, com momentos de mistério, digo, com personagens adultos e com cenas quentes, violência moderada e muita, mas muita ação.”

Segundo ela, a inspiração para a criação de Lion Carmine veio dos clássicos filmes Os Garotos Perdidos e Entrevista com Vampiro e a série Being Human UK (que também tem lobisomens).

“Lion é uma charmosa mistura dos vampiros originais, uma maldade genuína e nada romântica. Astuto e cruel em vários momentos, ele tem como objetivo destruir todos à frente. Fazendo alianças com quem interessa e aumentando seu poder, tanto físico quanto financeiro. Ele se sente a única (isso mesmo), bolacha no pacote. E realmente é.”

Atualmente a saga de Estrada para Yellow Rose conta do 3 livros lançados, Liana (a história principal) e mais dois contos que a autora chama de anexos complementares (O Primeiro Yänmir e A Sombra de Melinöe).

Dia do vampiro:

13 de agosto é o Dia dos Vampiros. A data foi criado como uma forma de incentivar a doação de sangue, além de defender a diversidade artística e lutar contra preconceitos e discriminações.

O Dia dos Vampiros é uma causa social que foi idealizada pela cineasta, atriz e escritora Liz Marins (também conhecida pela sua personagem Liz Vamp) e que teve sua primeira edição em 13 de Agosto de 2002 na cidade de São Paulo. Desde então, a campanha tem sido adotada em diversas cidades do Brasil e do mundo. Isso mesmo, o Dia dos Vampiros já é “celebrado” mundialmente, chamando atenção para as suas três bandeiras, os três motivos da sua existência, que são:

  1. O incentivo à doação de sangue;
  2. A luta contra rótulos, discriminações e preconceitos de qualquer espécie;
  3. O incentivo à diversidade artística;
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