Você lê sempre a mesma história, e não sabe

No principio havia apenas uma página em branco e uma boa ideia.

Ah, a temida página em branco.

Você parou para pensar o quanto difícil é ler uma história que seja realmente original?

Já ouviu falar da jornada do herói? Uma receita de bolo usada a exaustão nos livros YA e no cinema.

Mas, Georges POLTI, 1868-1946, um escritor francês e crítico literário e de teatro fez um livro com a sua percepção de uma outra tendência narrativa, mesmo em 1895, o que ficou conhecido como As 36 Situações Dramáticas De Georges Polti  ou no original (Les Trente-Six Situations Dramatiques, 1895), com uma nova edição em 1912. As referências estão citadas no final do artigo.

Gérard de Nerval um outro estudioso acredita que essa lista pode ser até menor, contando com apenas 24 situações que se apresentam na dramaturgia em geral. Mas vamos nos fixar somente em Georges e sua curiosa lista.

É bem interessante descobrir que a famosa frase “nada cria, tudo se copia” faz tanto sentido nessa situação.

Como escritora li e reli todas as 36 possibilidades de uma boa história e fazer algo totalmente novo é como tentar fugir de um campo minado.

Agora antes de partirmos para a lista, vale acrescentar que quanto mais você lê ou assisti aquele filminho na Netyflix, mais fácil consegue identificar essas situações que se repetem.

Em alguns casos onseguimos até “cantar a bola” para o famoso clichê amorzinho. “Quer ver, agora vai acontecer tal coisa!”, e realmente acontece.

Outra situação comum é o revival a obras já consumidas e que não se acha tão bom assim como na época em que se leu a anos. Mas isso é um tópico para outra história.

Abaixo a lista de todas as situações e como ela se encaixa em história. Mantive o texto na íntegra do original e mantive o crédito também no final.

1. Súplica: um Perseguidor acusa um Suplicante de cometer um delito, e um Poder em autoridade faz um julgamento dúbio contra o Suplicante. Os Personagens incriminam ou desmascaram alguém (talvez um empresário corrupto que se safa da lei); são acusados de um crime (talvez precisem roubar um item ou matar alguém nas terras de um tirano); são contratados para prejudicar alguém e descobrem que fizeram uma queima de arquivo ou que o vilão era outra pessoa.

2. Libertação: um Infeliz causou um conflito, um Ameaçador iria fazer justiça, mas o Salvador resgatou o infeliz. Os Personagens libertam sem querer um mal esquecido; provocam uma guerra com atos imprudentes; perseguem a pessoa errada ou certa, mas protegida por forças maiores; tentam pegar um vilão que provocou uma guerra entre dois lados para satisfazer interesses (seus ou não); resgatam alguém da lei (talvez um ente querido que só fez uma bobagem e não quer morrer).

3. Crime e Vingança: um Criminoso comete um crime que não é julgado, então o Vingador leva essa justiça ao Criminoso. Os Personagens matam um inimigo cujos entes queridos tentam se vingar; libertam uma região de um tirano e atraem a ira dos simpatizantes, servos ou dele mesmo (se ele sobreviver ou ressuscitar).

4. Vingança de Aliados sobre Aliados: duas entidades, os Aliados Culpados e os Aliados Vingadores, entram em conflito por causa de um delito causado sobre uma Vítima, que era amiga de ambos. Histórias muito boas e diferentes podem sair daqui. Os Personagens provocam ou entram no meio de uma disputa entre duas igrejas aliadas.

5. Perseguição: um Fugitivo foge da Punição de um conflito que foi um mal entendido. Os Personagens perseguem um vilão que tinha razões compreensíveis para seus atos ou não era o vilão de verdade; cometem ou não um crime e estão sendo perseguidos; desafiam uma organização ou entidade poderosa e estão sendo perseguidos.

6. Desastre: um Poder cai após ser derrotado por um Inimigo Vitorioso ou ser informado da derrota por um Mensageiro. Os Personagens se envolvem em uma guerra, com a derrota ou vitória do lado que apóiam; eles mesmos derrubam uma dinastia ou poder; precisam arcar com o fato de que o poder aliado foi destruído ou assassinado; precisam informar a derrota de um aliado poderoso ou roubam a identidade dos mensageiros do inimigo para dar a falsa informação de que ele sofreu derrotas em campos de batalha.

7. Presa vítima de Crueldade/Infortúnio: um Infeliz sofre um Infortúnio nas mãos de um Mestre ou não. Os Personagens precisam resgatar um ente querido que está sendo torturado; precisam lidar com a perda de um aliado; defendem uma região assolada por monstros ou atacada pelo exército inimigo; salvam a vila da tirania de um monstro poderoso; sofrem eles mesmos o grande Infortúnio, perdendo todo o seu dinheiro, ou sendo presos, ou perdendo entes queridos.

8. Revolta: um Tirano, um poder cruel, sofre uma Conspiração por um Conspirador. Os Personagens são o catalizador desta revolta, inflamando o povo contra o Tirano; precisam defender este poder por alguma obrigação (chantagem ou dinheiro); apóiam os conspiradores e/ou os protegem de atentados;.

9. Investida Ousada: um Líder Audaz toma um Objeto de um Adversário, subjugando-o. Os Personagens precisam tirar um artefato de um vilão; impedir que alguém chegue até um Objeto; ajudar um Líder Audaz a conseguir este Objeto.

10. Sequestro: um Sequestrador abduz o Sequestrado de um Guardião. Os Personagens precisam salvar o Sequestrado, sendo eles o Guardião ou não; precisam recuperar alguém que eles mesmos deixaram ser abduzido; sequestram alguém de um Guardião (talvez tirando a princesa de um casamento forçado).

11. O Enigma: um Interrogador propõe um Problema para um Investigador e dá ao Investigador uma habilidade melhor para alcançar seus objetivos. O clássico esquema de filme de serial killer.

12. Obtenção: um Solicitador está em desacordo com um Adversário que se recusa a ceder algo que está sob sua posse, ou um Árbitro decide quem fica com o Objeto desejado pelas Partes Opostas (o Solicitador e o Adversário).

13. Inimizade Familiar: um Parente Malevolente e o Parente Odiado (ou que odeia o Malevolente) ou um segundo Parente Malevolente conspiram juntos. Esta situação tem alto potencial de tragédia grega ou história de máfia. Os Personagens são contratados por alguém para matar outra pessoa, talvez até com algumas manipulações que os façam crer que estão caçando um vilão, mas no fim das contas podem perceber que estão servindo de ferramenta de conspiração entre irmãos mafiosos, um guerreiro e seu mestre que trilhou o caminho da escuridão, ou alguma outra inimizade criativa. Eles próprios podem ser objetos dessa conspiração, ou se verem forçados a conspirar contra alguém com quem possuem laços.

14. Rivalidade Familiar: um Objeto da Rivalidade escolhe um Parente Preferido ao invés de um Parente Rejeitado. Similar acima, mudando apenas as motivações: uma amante rejeitada, um irmão que não está na linha de sucessão, etc.

15. Adultério Assassino: dois Adúlteros conspiram para matar um Cônjuge Traído. Trama super clássica, usada em uma porrada de filmes e histórias antigas, como a traição de Guinevere e Lancelot, ou Tristão e Isolda. Um Personagen pode ser o cônjuge que será alvo da conspiração, um dos adúlteros que se vê em um dilema quando seu(sua) amante propõe a morte do traído, ou os personagens podem ser jogados no meio da trama, precisando proteger o traído (que é ente querido de algum deles ou não) ou contratados para matar o coitado – talvez manipulados, dependendo das inclinações dos personagens.

16. Loucura: um Insano enloquece e faz mal a uma Vítima. A trama do Batman The Dark Knight pode ser utilizada em diversos motes de histórias, mexendo aqui e ali. Pode ser um Personagen que pirou e matou alguém sem querer, talvez enquanto dormia (Bang!), seja porque está mexendo com forças que está levando sua mente para o buraco, ou está sofrendo alguma transformação como licantropia. Ou os Personagens podem precisar pegar um louco que está fazendo mal a alguém, como um psicopata ameaçando pessoas (ou uma só pessoa) ou um pirado criando caos.

17. Imprudência Fatal: um Imprudente, por negligência ou ignorância, perde um Objeto Perdido ou faz mal a uma Vítima. Uma morte acidental, depois de uma discussão ou perseguição, que pode ser atribuída ao mero acaso ou alguém que não controla a própria força. Se esse assassino ocasional tentar esconder o corpo, temos aí uma investigação. Se não, os Personagens podem tentar inocentar (ou ajudar na fuga) o imprudente. Este pode ser um dos Personagens, que matou alguém sem se preocupar e provocou a ira de gente mais poderosa.

18. Crimes Passionais Involuntários: um Revelador trai a confiança de um Amante ou de um Amado. Imagine que o conspirador da situação 15 dá com a língua nos dentes, seja por ter desistido ou falado alto em algum lugar onde “as paredes têm ouvidos”. Ou então o Amado descobre a traição (por esses mesmos meios) e decide revidar, contratando os Personagens ou dando problemas aos Personagens quando mata os dois traidores ou tenta matá-los e os personagens dos jogadores podem impedi-lo.

19. Assassinato Desconhecido: um Assassino mata uma Vítima Não Reconhecida. Mistério total: uma vítima aparece morta, mas por algum motivo ela é mais do que um indigente qualquer. Talvez seja um cadáver desconhecido em um corredor do palácio; talvez ele apareça enforcado no apartamento de um Personagen; talvez ele apareça morto na cama de um Personagen depois de uma bebedeira! Quem sabe não é um príncipe vestido com roupas de mendigo para o crime passar despercebido? E se o interessante for algo que deveria (ou não deveria) estar com ele? Jogue a bosta no ventilador e ouça atentamente os palpites dos Personagens para dar a próxima reviravolta!

20. Auto-Sacrifício por um Ideal: um Herói sacrifica uma Pessoa ou Coisa por um Ideal, mas o crédito é tomado por um Credor. Algum malandro está levando os louros pelo sacrifício de um verdadeiro herói! Políticos e corporativos são mestres em levar a melhor em qualquer situação. Talvez a honra do herói esteja sendo manchada porque algum espertalhão poderoso associou o sujeito a ele, ou os Personagens precisem assumir a culpa de um criminoso para não manchar sua honra, já que ele é um herói e o povo precisa dele – como em um certo filme. Talvez esse herói precise sacrificar poucos em benefício de muitos (como matar a tripulação da nave para impedir uma bomba/asteróide/vilão de chacinar o planeta/reino), e os Personagens estariam na posição do Herói ou dos sacrificados.

21. Auto-Sacrifício pelos Seus: um Herói sacrifica uma Pessoa ou Coisa por um Parente, mas o crédito é tomado por um Credor. Mesma coisa da situação acima, mas dessa vez o motivo do sacrifício é um ente querido. Os Personagens são o herói ou o parente – ou o credor, e precisam convencer as pessoas de que não foram os responsáveis pelo sacrifício. Ou não!

22. Sacrifício Passional: um Amante sacrifica uma Pessoa ou Coisa por um Objeto de sua Paixão, que é perdido para sempre. Novamente, os Personagens podem tomar qualquer parte da situação. No caso de serem o “sacrificado”, podemos contar que alguém quer “sacrificá-los”, e eles precisam impedir ou aceitar – nesse último caso, o jogo acaba para o(s) personagem(s) que aceitar(em). Alto potencial de drama divertido aqui, muito embora venha junto de perdas irremediáveis – como um personagem que sabe que vai morrer mas vai lutar com o terrível monstro mesmo assim, ou alguém que precisa atirar o anel da perdição em um vulcão.

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23. Necessidade de Sacrificar Entes Queridos: um Herói faz mal a uma Vítima Querida por causa de uma Necessidade de seu Sacrifício. Essa situação é uma das minhas prediletas. Um ente querido de um PJ é possuído, transformado substituído por um monstro (fantasma, demônio, vampiro, lobisomem, doppleganger), e um dilema terrível é lançado.

24. Rivalidade de Superior vs. Inferior: um Rival Superior supera um Rival Inferior e ganha um Objeto de Rivalidade. Os Personagens podem ser um dos rivais ou caírem na situação de gaiatos (talvez um dos rivais tem uma ligação com eles, ou a disputa está trazendo problemas). Um inimigo dos Personagens pode ter tido seus planos frustrados, ou os Personagens queiram realizar uma vingança ao ser superados por esse inimigo – nada deixa jogadores mais irritados do que a derrota, então recomendo que o narrador tenha o cuidado de deixar implícito (ou claro) que eles poderão revidar.

25. Adultério: dois Adúlteros conspiram contra um Consorte Traído. Trama clássica de histórias de intriga. Personagens de ficção ainda são humanos (ou possuem algum grau de semelhança) e geralmente não são imunes a relacionamentos e traição. Imagine a raiva de um PJ ao descobrir que seu/sua consorte está tramando com alguém para tomar tudo que é seu e deixá-lo morrer em uma armadilha terrível. Ou quando os próprios Personagens conspiram para trair alguém que descobrem não ser quem esperavam (ou não né, vai que a índole deles não é muito boa).

26. Crimes Passionais: um Amante e um Amado entram em conflito. Os Personagens podem ser os conflitantes, ou um só PJ entrar em conflito com seu amor e o restante ficar no meio da história, ou todos os Personagens serem lançados no meio de uma briga conjugal. Já imaginou um casal de magos poderosos brigando e eles bem no meio, tomando os golpes por tabela? Uma guerra inteira pode ser deflagrada por isso, e de fato muitas foram.

27. Descoberta da Desonra do Amado: um Descobridor descobre um erro cometido por um Culpado. Os Personagens podem descobrir podres ou erros que esconderam uns dos outros, ou se decepcionar com algum NPC querido (romântico ou apenas um mentor/amigo do grupo ou parte dele), ou mesmo esconder algo que fizeram e agora alguém que eles se importam descobriu. Conflitos morais e drama apimentam o enredo da sua aventura!

28. Obstáculos para o Amor: dois Amantes enfrentam um Obstáculo juntos. Aparentemente manjada, esta situação pode gerar excelentes histórias, com um casal de vilões que lutam juntos e morrem juntos, ou mesmo um casal de Personagens que precisam superar uma adversidade sozinhos (talvez foram capturados juntos, ou tiveram um ente querido sequestrado, ou precisam trilhar alguma senda sem o restante do grupo).

29. Um Inimigo Amado: um Amante ama um Inimigo Amado. Um Odiador odeia o Amante por sua traição. Por algum motivo, um Personagen é apaixonado por um antagonista (ou seu amado se tornou um antagonista), ou vice-versa, e seus aliados (Personagens ou não) ficam contra ele ou acabam tentando impedi-lo de consumar esse amor. Talvez eles nem saibam, e o Personagen se encontre com o vilão secretamente. Talvez ele esteja sendo manipulado pelo antagonista, ou este deseje se redimir. Em um cenário menos maniqueísta, pode ser uma mera questão de pontos de vista ou raça (um lobisomem e uma vampira, uma maga e um bárbaro caçador de magos, dois personagens de reinos inimigos, um agente do FBI e uma ladra de joias, etc.). Amores impossíveis/complicados são muito mais divertidos e interessantes. 😀

30. Ambição: uma Pessoa Ambiciosa procura uma Coisa Cobiçada e sofre oposição de um Adversário. Os Personagens precisam de um item mágico poderoso para impedir uma cidade de ser atacada por inimigos quase invencíveis, ou simplesmente estão em uma expedição a la Tomb Raider, e há um outro grupo querendo a mesma coisa. É uma corrida desenfreada onde os dois grupos precisam impedir o outro de chegar antes a qualquer custo. Os dois grupos podem disputar também um indivíduo (como um Escolhido para alguma profecia), ou estar em um torneio.

31. Conflito com um Deus: um Mortal e um Imortal entram em conflito. Não falamos aqui apenas de aventuras épicas onde os heróis metem porradas em entidades cósmicas. A mitologia está cheia de conflitos entre deuses e mortais, onde outras formas de se enfrentar podem ser utilizadas, da simples argumentação até a intriga (colocar uma entidade contra outra, por exemplo). Mesmo os Deuses e similares evitam entrar em conflito direto, mandando seus lacaios e desafios e agindo sempre indiretamente, com cautela para não ferir o equilíbrio cósmico, provocar uma guerra com outros imortais ou não perder essa guerra, caso já esteja acontecendo (questão estratégica).

32. Ciúme Enganado: um Ciumento, através de alguma Causa ou Autor, parece ficar com ciúmes de algum Objeto. Também pode haver um Suposto Cúmplice. Alguém se irritou com os Personagens por algo que eles não fizeram, ou o contrário. Um dragão pode achar que os Personagens lhe roubaram os ovos (ou filhotes), quando na verdade foi um monstro, caçadores ou algo assim. Os Personagens podem achar que foram roubados por alguém, ou um Personagen acha que está sendo traído. A trama tem camadas que os personagens vão descobrindo em meio a reviravoltas, descobrindo o verdadeiro vilão e/ou seus cúmplices onde menos esperam.

33. Julgamento Equivocado: um Equivocado faz algum julgamento ou suspeita de uma Vítima, ao invés de um Culpado, por uma Causa qualquer ou provocado pelo Autor do erro. Muito parecida com a situação acima, o clássico “culpado errado”. Tramas clássicas: os Personagens provando sua inocência ao serem acusados de um crime, um mal entendido que pode provocar uma quebra de aliança ou até mesmo uma guerra (e lá vai os Personagens procurar a verdade).

34. Remorso: um Culpado prejudica uma Vítima ou comete um Pecado, e um Interrogador tenta entender a situação. É possível construir histórias inteiras em torno de uma sessão de interrogatório, talvez aplicando técnicas inovadoras de narrativa atemporal. Talvez o culpado esteja querendo se redimir, mas foi preso e será executado, e só ele conhece uma informação importante ou tem poder para salvar alguém, e os Personagens precisam arrumar um jeito de convencê-lo a ajudar.

35. Recuperação de um Perdido: um Buscador procura e encontra um Encontrado. Os Personagens podem estar perdidos no deserto, procurando um ente querido em algum lugar ou tentando encontrar alguém que não quer ser encontrado (talvez para pedir um favor ou trazer de volta à justiça). Por mais que derrotar os sequestradores e salvar a princesa seja divertido, a grande estrela nessas histórias é a jornada. A busca por pistas, a pessoa procurada sempre “escapando entre os dedos”, os palpites dos personagens (que você faz muito bem em aproveitar), e o instinto de explorador de todos nós aguçado ao máximo. A pós-recuperação também pode render dramas interessantes: a criança está traumatizada e emudecida, e um mistério se encerra em sua cabeça. O homem que passou anos perdido precisa se acostumar à passagem do tempo e à velha vida. Talvez as pessoas nunca sejam as mesmas depois de tais experiências.

36. Perda de Entes Queridos: um Expectador testemunha um Ente Querido Assassinado ser morto por um Carrasco. O ápice dramático de qualquer aventura. Um momento que deixará seu jogador emotivo e fulo da vida, se você souber preparar a cena.

(Paris: Édition du Mercure de France, 1912, segunda edição) e A Arte de Inventar Personagens (L’Art D’inventer les Personnages. Éditions Figuière 1912).

O que ele fez basicamente foi estudar obras de várias obras e catalogar as situações apresentadas.

Na edição de 1912 há uma lista dos autores e das obras estudadas. Entre eles Alfieri, Balzac, Bataille, Berlioz, Bizet, Calderon, Cervantes, Corneille, Dostoievski, Dumas pai e filho, Os dramaturgos da Grécia Antiga (ÉsquiloSófocles e Eurípedes), Feydeau, Goethe, Goldoni, o conde italiano Carlo Gozzi, ligado à última fase da Commedia dell’ Arte, Victor Hugo, Hauptmann, Jarry, Labiche, Lessing, Lope de Vega, Maeterlick, Molière, Racine, Romain Rolland, William Shakespeare, Bernard Shaw, Wagner, Zola, e também textos anônimos do teatro chinês, indú, dos mistérios e milagres medievais, estabelecendo trinta e seis situações dramáticas modelares, com categorias e sub categorias. Polti lista diversas variações de cada situação estabelecida e cita ainda muitos exemplos delas (ver estudo de Leonardo de Moraes que contém a maioria dessas variações em português).

http://biroscanerd.blogspot.com.br/2012/07/as-36-situacoes-dramaticas-parte-01-de.html

http://www.sff.net/people/Julia.west/CALLIHOO/ideagen2.htm

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